Não é só este tipo de vaga que trás indignação, o “auxiliar de serviços gerais”, nome bonito que deram para o faxineiro, também tem vaga! Chegar antes de todo mundo, deixar tudo limpo, manter limpo durante o dia, mal ter horário de almoço e sair depois que o último cliente for embora e ganhar, na melhor das ocasiões, um salário mínimo cheio de descontos. Ô vida.
Tem também emprego para gente especializada, como telemarketing, mas já vou avisando! Mais que salário mínimo é difícil encontrar. Tem muita gente por ai apta a atender telefone, tratar os clientes como idiotas (só dizendo que não dá). É só fazer aquele curso de uma semana para operar o equipamento. Afinal, SAC é uma exigência do mercado, que ele funcione bem, já são outros 500.
No ramo da informática, não adianta mais o curso básico, hoje exigem habilidades em uma infinidade de programas, linguagens e ainda ter experiência. Querem um profissional que saiba exercer a função de três ou quatro, pagando um salário três vezes menor de que um especialista formado e assinando carteira como auxiliar administrativo.
A melhor saída, para quem trabalha com a informática, está sendo transformar-se em autônomo, prestando serviço, já que a febre dos computadores está no auge, todos querem ter um micro. Porem, quem presta serviços de digitação, artes gráficas, sofre, porque seus trabalhos são muito desvalorizados, tendo um computador por perto, todos se acham capazes de fazer o que um profissional faz, não importando a porcaria que saia e nem a dor de cabeça que causarem em uma gráfica, ao enviar seus serviços nada técnicos.
Notei, em muitos anúncios, a presença de do cargo “Auxiliar contábil”, pelo fato de não anunciarem salários, dá para se ter noção de que o empregado vai fazer todo trabalho do contador e receber três vezes menos. Às vezes, a gente pára e pensa se realmente a qualificação profissional de nível médio compensa, pois sem um diploma universitário, o gari, o técnico, o vendedor e a secretária do lar, ganham tudo igual, o que muda é o status e só.